domingo, 27 de dezembro de 2009

Capítulo 6 - Elo


Eu simplesmente congelei com a assustadora foto em minha mão, e mais uma vez me vi completamente presa pelo olhar de Helene. A imagem revelava o que eu estava com medo de descobrir... Helene, a garota que eu vira no pátio, era um fantasma, e ela morreu no ano de 1978, talvez na escola? Isso eu teria que descobrir. Na foto ela estava exatamente da maneira que eu a encontrara na estátua do espírito santo. Por um momento me senti aterrorizada pela possíbilidade de que tivesse virado um tipo de medium. Primeiro Leonardo, agora Helene. Quando parei para reparar nos dois garotos da foto, percebi algo intrigante. Um deles, acho que o tal Caio, se a legenda estivesse apontando a ordem correta, falava algo no ouvido do outro, enquanto ambos olhavam para a câmera. O Caio era muito bonito, cabelo encaracolado castanho, olhar charmoso e intimidador, já Marcos parecia radiante, cabelo loiro, dono de um olhar bondoso, sorria timidamente para a câmera, enquanto escutava seja lá o que o outro, Caio, estivesse sussurrando em seu ouvido.
O toque que encerrava o intervalo me fez soltar o anuário, com o susto. Eu tremia, quando reparei que três páginas foram adiantadas com a queda. Na nova página havia apenas uma foto de tamanho médio, com a legenda; "Turma do primeiro ano ginasial de 1978". Na foto, os alunos estavam sentados na escada que levava ao primeiro andar, meninas em um degrau, e meninos um degrau abaixo. Parei para reparar melhor nas garotas, e uma em especial me chamou a atenção, essa garota estava sentada ao lado de Helene, olhos assustados, cabelos negros encaracolados, pele morena... "Só pode ser brincadeira", pensei. Eu não conseguia acreditar, apertei os olhos com força, e voltei a olhar para a agarota, na esperança de que ela se tornasse ruiva e sardenta, tudo, menos morena com cabelos negros encaracolados e olhos assustados. Mas não adiantou, por mais que eu tentasse, eu sempre via a imagem da estranha garota que eu acabara de ver na seção de história da biblioteca.
- Chega! - eu falei, quase sem ar, fechando o anuário com força, e abandonando-o na mesa, junto com os outros.
Eu queria sair daquela biblioteca o mais rápido possível, havia tido revelações demais por um dia, naquele lugar. Estava caminhando rapidamente em direção ao birô de Olívia, quando soltei um grito de pavor, ao ver que ela conversava com ninguém menos que a tal garota dos olhos assustados. Por um momento eu havia perdido a minha capacidade de respirar.
- Meu Deus... Olí... Olívia... você... ela... - eu sentia que ia desmaiar, e Olívia parecia ter percebido isso, pois começou a se aproximar de mim, assustada.
- Calma, meu bem...
- Ela... ela tá... tá...
- Você tá vendo mais alguém aqui, além de mim? - perguntou Olívia, preocupada.
-Ela tá... mor...
- Morta, eu sei, mas... se você se acalmar, eu prometo que te explico...
- Meu Deus... - eu comecei a correr para fora da biblioteca.
- VOLTA AQUI, AMALLYA! - gritou Olívia.
Eu corria feito uma maluca pela escola, esbarrava nos alunos que voltavam do intervalo, e chorava, chorava de medo, de indignação, "por que EU?", pensava, repetidas vezes. Eu não queria aquele... dom? Quem em sã consciência poderia querer ser capaz de ver fantasmas, claro que me pareceu uma boa idéia lá na minha casa, quando Leonardo começou a aparecer para mim, mas eu não queria que isso virasse algo constante. Quando eu me cansei de correr, sentei em um dos bancos do pátio interno, e respirei fundo, enquanto enxugava o meu rosto.
- Buuu! - gritou Olavo, quase me fazendo correr novamente com o susto, algo que só não aconteceu porque ele me segurou.
- Mas que merda, Olavo! - eu disse, enquanto socava o peito dele.
- Desculpa, eu não sabia que você ia se assustar tanto. Você tá bem? - perguntou ele, ainda segurando os meus braços, de forma carinhosa.
- Você saiu correndo da sala feito uma louca, quando tocou pro intervalo, e nem esperou a gente! - disse Janaína, realmente irritada.
- Eu sei... me desculpa... - eu ainda tentava recuperar o folêgo - é que... eu me lembrei que tinha que falar com a Olívia, pra matar a saudade, e... pode me soltar agora, Olavo, eu não vou mais sair correndo.
- Ah! Tá... me... desculpa - disse Olavo, um tanto sem jeito.
- Pelo menos avisa, antes de abandonar a gente da próxima vez - disse Janaína, ainda irritada.
- Eu não abandonei vocês, eu...
- VOCÊS TRÊS... - gritou a madre superiora, começando a tossir, devido ao esforço que fizera para gritar, e claro, devido ao seu pulmão idoso e completamente fudido pelos cigarros - Já para a sala! - completou, em um tom menor, e com um olhar homicida para nós três.
No mesmo momento, eu, Olavo e Janaína, corremos o mais rápido possível em direção a nossa sala, para a segunda aula de matemática da professora Joana.
Ainda haviam quatro aulas pela frente, antes de todos irem dormir tranquilamente, enquanto eu e meus dois amigos íamos cumprir detenção com o padre Jonas. Claro que eu não prestava atenção em absolutamente nada à minha volta, eu não conseguia parar de pensar na descoberta perturbadora que eu fizera na biblioteca. Ver pessoas mortas era agora parte do meu cotidiano? Seria uma condição à qual eu teria que me adaptar? Olívia tentara me dizer algo, antes de eu sair correndo da biblioteca, ela também estava vendo a tal garota dos olhos assustados, isso ficara perfeitamente claro para mim. Eu teria que voltar à biblioteca, naquela mesma noite, eu não iria suportar nem mais um dia... eu precisava tirar essa dúvida de dentro de mim, se Olívia tinha alguma coisa pra me dizer sobre essa loucura que estava acontecendo comigo, eu queria ouvir TUDO. Obviamente, teria que ser depois da detenção com o padre Jonas. Pra minha sorte, Olívia sempre passava uma hora inteirinha arrumando a biblioteca, depois que as aulas se encerravam, exatamente o tempo de duração da missa das seis. Assim que a missa terminasse, eu iria correndo para a biblioteca.
Faltava exatamente uma aula para o início da missa. Eu, Olavo e Janaína fazíamos um trabalho em grupo de química. Como em toda toda última aula, o tempo parecia se arrastar.
- Eu não aguento mais fingir que tô fazendo alguma coisa - disse Olavo, que quase babava em cima do seu livro de Química.
- Nossa, eu não imagino como isso deve ser cansativo, Olavo - disse Janaína, em tom sarcástico. Ela era a única que tentara fazer o trabalho.
- Me desculpa por não tá ajudando, Ína, é que... eu tô meio... desligada - eu disse, quando comecei a me sentir mal por não estar fazendo nada para o trabalho.
- É, eu percebi, vem cá Carol, você não vai mesmo dizer pra gente o que tá acontecendo? Ultimamente você... tá mais estranha do que costuma ser - disse Janaína, em tom confidencial.
- Não é nada... é... que... - eu precisava de uma explicação convincente para despistar Olavo e Janaína, então eu disse a primeira coisa que me veio à cabeça - Esse é o nosso segundo ano letivo sem o Léo... - a justificativa pareceu ter sido mais que convincente. Olavo e Janaína de repente pareciam muito tristes, eu havia tocado uma ferida muito poderosa, que nós três compartilhávamos desde que Leonardo nos deixara. Logo depois de notar as caras de Olavo e Janaína, eu me arrependi de ter usado tal argumento para as minhas atitudes estranhas daquele dia, mas era para o próprio bem deles, afinal seria muito mais doloroso se eu simplesmente lhes contasse a verdade, então além de terem perdido um amigo, eles teriam que lhe dar com uma amiga que poderia estar enlouquecendo com a perda do namorado.
- Bem... a gente também ainda tá sofrendo com a perda do Léo, é claro... Mas é preciso superar isso... juntos, nós podemos superar isso - disse Janaína, acariciando o meu ombro.
- Eu nunca havia parado pra pensar no quanto é estranho que ele não esteja mais com a gente, sempre - disse Olavo, os olhos lacrimejando.
- Aposto que se ele estivesse aqui, já teria dado uma desculpa pra sair da sala, e ficar perambulando pela escola, até a hora do toque - disse Janaína.
E nós três começamos a rir, enquanto todos pareciam muito concentrados em seus trabalhos, e só paramos quando a madre superiora entrou na sala, inspecionando todo o lugar com um olhar sério e empinado.
- Boa noite, professor Fernando, boa noite classe - disse a madre superiora, e todos responderam "boa noite" em uníssono.
- Gostaria de aproveitar esses últimos minutos de aula para dar um aviso aos seus alunos, professor, tenho a sua licença? -perguntou Amélia.
- Ah... - começou Fernando.
- Obrigada, professor. Como todos sabem, a equipe cultural do Lar, da qual eu faço parte, é muito preocupada com as atividades artísticas nas datas santas... e como é de costume, todo início de ano nós nomeamos seis alunos do primeiro ano ginasial para atuarem na Paixão de Cristo, realizada um dia antes do feriado de Páscoa... Nas minhas mãos está a lista com os sortudos desse ano: No papel de Maria temos Barbara Regina, - Barbara era a líder do grupo de filhinhas de papai que passavam a maior parte do tempo me odiando, o motivo? Barbara sempre foi apaixonada pelo Léo - no papel de Jesus temos Alexandre Medeiros, - Alexandre era o atual namorado-bonitão-mais-burro-que-uma-porta, de Barbara - no papel de José; Mário Alencar, no papel de Maria Madalena; Alycia Moraes, - Alycia era o braço direito e puxa-saco pessoal de Barbara - Gabriela Machado, você vai ser o diabo - Gabriela era uma aluna novata, que rapidamente se encaixara no grupo de Barbara - e Olavo, você será Pôncio Pilatos - finalizou Amélia, parecendo forçada a pronunciar o nome de Olavo - Isso é tudo. Obrigada, professor - disse a madre superiora, retirando-se, bem devagar, com a intenção de dar uma última inspecionada na sala.
- Mas que porra!? - disse Janaína, supresa, e com muito cuidado para que a madre superiora não ouvisse o palavrão que ela pronunciara.
- Eles ficaram malucos, ou coisa do tipo? - perguntei, olhando para Olavo.
- Não olhem pra mim, eu tô tão surpreso quanto vocês, e vem cá... quem é Pôncio Pilates? -perguntou Olavo.
- Ai, Olavo! Pôncio Pilates foi o homem cego que Jesus curou - disse Janaína, realmente convencida de que estava dando uma informação correta à Olavo. Achei tudo tão engraçado que nem me preocupei em corrigi-los.
O toque de encerramento das aulas fez toda a turma sair correndo da sala, exceto por nós três, Barbara e suas amigas.
- Mandem um abraço ao padre Jonas, por mim - disse Barbara, sorrindo e olhando para nós, enquanto balançava o seu longo cabelo loiro, coisa que ela sempre fazia quando começava a falar. Em seguida, Barbara e suas amigas saíram da sala, em fila.
- A gente ainda pode fugir do colégio, ou, na melhor das hipóteses, sermos atropelados por um caminhão - brincou Olavo.
- Qualquer coisa seria melhor do que ter o padre Jonas cuspindo na minha cara - disse Janaína.
Nós três começamos a caminhar para os fundos da igreja que ficava ao lado da escola, como quem caminha para a guilhotina. Já era noite, e o céu estava perfeitamente nublado. Quando chegamos à porta dos fundos da igreja, nos surpreendemos com a estranha figura do padre Jonas, que nos olhava como se fosse nos devorar vivos.
- Entrem e vistam suas tunicas, vocês estão atrasados, e portanto, a missa está atrasada - disse Jonas, indicando-nos a entrada. Nós três entramos rapidamente no quarto do padre Jonas, e vestimos, por cima do uniforme, as tunicas azul marinho que estavam sobre a sua cama.
- Agora... - começou o padre Jonas, se aproximando de nós - vocês iram levar o vinho e as óstias para o altar, e organizar tudo. Eu vou me arrumar, e quando eu voltar é bom que aquele altar esteja impecável, caso contrário, eu juro, que nós vamos passar muito mais do que só uma missa juntos - finalizou Jonas, não me deixando mais nenhuma dúvida com relação aos boatos sobre o bafo dele. Me perguntei se ele reparara a cara de nojo que nós três inevitavelmente fizemos quando ele começou a falar.
Nós levamos cinco minutos para arrumar todo o altar, mais outros cinco minutos e o padre Jonas finalmente apareceu para celebrar a missa, que naquele dia se iniciara com vinte minutos de atraso, o que não alterou o horário de encerramento, o sermão do padre Jonas havia durado dez minutos a menos que o tempo normal. Olavo quase desmaiou de sono várias vezes durante a missa, Janaína parecia muito envergonhada diante das poucas pessoas que assistiam à missa, quanto a mim, estava completamente tomada pela ansiedade, eu não via a hora de sair correndo para a biblioteca. Quando o padre Jonas deu início à benção final, eu aproveitei a pressa de algumas pessoas que já se retiravam e quase arranquei a tunica, jogando-a sobre uma cadeira, enquanto começava a caminhar apressadamente, Olavo e Janaína fizeram o mesmo.
- Ei, espera a gente, Amallya! - disse Janaína, tentando me acompanhar.
- Não, Ína, eu... eu não vou para o dormitório ainda... - eu disse, começando a correr. Janaína foi parando.
- Então pra onde você vai, maluca? - perguntou ela, ficando para trás, acompanhada de Olavo, que também parecia confuso.
- EU VOU DAR UM PULO NA BIBLIOTECA, É RAPIDINHO - eu tive que dizer em voz alta, pois já estava muito longe dos dois.
Eu subi a escada para o primeiro andar o mais rápido que pude, torcendo para que a madre superiora não me visse pegando um caminho que não levava ao dormitório feminino. O que eu vi quando finalmente cheguei ao primeiro andar, me paralizou de medo, eu senti cada parte do meu corpo congelar, e logo não conseguia mais me mover. No final do enorme corredor do primeiro andar, de costas para a porta dupla da biblioteca, estava a misteriosa Helene, me encarando com um terrível sorriso no rosto. Foi então que eu me vi tomada por uma estranha coragem, eu queria acabar com aquilo de uma vez por todas.
- EI, VOCÊ! HELENE, NÃO É? - eu gritei, tentando mostrar para ela que eu não estava com medo, o que não era verdade. Comecei a andar em direção a ela, que sem tirar o sorriso da cara uma única vez, andou devagar em direção a porta que levava à escadaria de emergência, quando eu vi que ela intencionava fugir de mim, eu corri em sua direção - VOLTA AQUI! - eu gritei, enquanto corria.
Foi então que a porta do auditório, que ficava ao lado da escadaria de emercência, se abriu e dela saíram todos os alunos que foram escalados para a apresentação de a Paixão de Cristo, menos Olavo, que obviamente fora excluido da suposta reunião. Eu não parei de correr, estava perdendo Helene de vista, foi quando eu esbarrei em Barbara, que fez um escândalo, o que não me deixou nenhum pouco surpresa.
- Olha por onde anda, sua VACA! - disse ela, ajeitando o cabelo que ficara bagunçado com a colisão.
Helene não estava mais em lugar algum. Eu bufei de raiva.
- E você aprenda à ser mais educada, sua vadia! - eu disse, depois de ter me certificado de que o grupinho não estava acompanhado pela madre superiora, ou por nenhuma outra professora ou professor.
- Você vai ver só, sua... - foi tudo o que Barbara disse antes de me meter um tapa, pocessa de raiva.
Eu não aguentei, primeiro ela me fizera perder Helene de vista, me chamara de vaca e de quebra me dera um tapa na cara. Aquilo não ficaria assim, é claro!
- Você bateu em mim... - eu disse, enquanto me recuperava do tapa.
Os amiguinhos de Barbara riam da minha cara, sem dó.
- É o que parece, sua retardada! - disse Barbara, com um sorrisinho presunçoso, que logo foi apagado da sua cara com o soco que eu lhe dei, fazendo-a cair no chão e choramingar feito uma criança. Sim, eu tenho muito prazer em relembrar isso, até hoje.
- Não, querida... isso é bater! - foi a minha deixa para continuar caminhando até a biblioteca.
Os seguidores de Barbara tentavam ajudá-la a se levantar.
- VOCÊ VAI VER SÓ, SUA PUTA! ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM! - ela gritava, repetidas vezes.
A porta da biblioteca estava aberta, sinal de que Olívia ainda estava lá.
- OLÍVIA - eu gritei ao entrar na biblioteca, esperando que ela aparecesse, depois de ter visto que ela não estava em seu birô.
- MAS QUE PORR... ah! É você Amallya, eu não... eu me assustei, me desculpe... - disse Olívia, surgindo da seção de Geográfia, com alguns livros na mão, ficando totalmente sem graça depois de me ver.
- Fala tudo! - eu disse, sem nem esperar que Olívia se recuperasse do susto que lhe causara com a minha entrada na biblioteca.
- Fala tudo!? Como assim? - perguntou ela, confusa.
- Me diz, por que eu tô vendo fantasmas? Você ia me explicar isso antes de eu sair correndo da biblioteca, hoje cedo, não ia?
- Ah, é isso! Claro! É muito simples, meu bem...
- Então começa logo a me explicar! - eu disse, impaciente.
- Ai, calma! Estresse envelhece mais cedo, viu!?
- Olívia... - eu estava perdendo a paciência - eu acabei de ver, pela SEGUNDA vez, só hoje, uma garota chamada Helene, e que deveria estar morta, eu só quero saber o porquê...
- Você é um Elo! - disse Olívia, calmamente, desviando-se de mim para arrumar em seu birô os livros que ela trazia em mãos.
- Eu... Que porra é um Elo? Não fode comigo, Olívia...
- Ai, ai, ai, garotinha! Não é por que nós somos amigas que você pode chegar aqui e divulgar em alto e bom som a sua extensa lista de palavrões! Isso aqui não não é um cabaré, é uma biblioteca, porra! Mais respeito, viu!?
- Olívia... - comecei, tentando me acalmar - o que é um Elo?
Olívia suspirou...
- Elos, são pessoas que possuem uma... conexão com o Além... pessoas que são capazes de ver espíritos, incorporá-los, e até mesmo mandá-los de volta para o lugar de onde eles, normalmente, não deveriam ter saído... Pessoas como eu e você, Amallya - disse Olívia, como quem diz as horas.
- Eu... - respirei fundo, precisava absorver a enorme carga de informação que Olívia simplesmente jogara em cima de mim - Meu Deus... - minha voz pareceu mais um sussurro.
- Eu seeei, não é legal!? - disse Olívia, brincalhona.